Para lidar com os velhos tabus
Sexualidade, drogas, racismo, religião… Veja como os métodos metacognitivos do Programa MenteInovadora podem ajudar você a trabalhar esses temas tabus.
Sexo, drogas, preconceito, racismo, homossexualidade, questões de gênero, religião versus ciência… Os velhos tabus sempre amedrontaram professores em sala de aula. Mas, no mundo cada vez mais complexo em que vivemos, é nosso papel como educadores guiar os alunos por um caminho seguro em meio a tantos campos minados. Especialmente em tempos de mídias sociais, que ampliaram de forma inédita a exposição de crianças e jovens a informações e conteúdos enviesados, com exposição parcial dos fatos e, muitas vezes, com informações falsas.
Por isso, uma boa ferramenta para trazer essas questões delicadas para as salas de aula é justamente a Roda de Conversa, que abordamos no post da semana passada. Elas permitem uma ampla exposição de ideias, o que lhe dá uma visão sobre o que pensam seus alunos a respeito do tema abordado. A partir das informações coletadas nessa atividade, fica mais fácil elaborar um projeto para trabalhar a correção de possíveis enganos ou ideias parcialmente verdadeiras desses assuntos apontados como tabus.
Por onde começar?
A partir desta semana, vamos trazer sugestões para abordar alguns dos chamados “temas delicados” em sala de aula. Um alerta inicial, porém, se faz necessário: fuja da tentação de apresentar seus pontos de vistas pessoais como verdades. Em situações que envolvem construções de crenças e valores, esse é o caminho mais curto para fechar corações e mentes.
Então, se você quiser resultados mais efetivos, tente despertar em seus alunos o interesse pela investigação científica. No post deste link, você encontra boas dicas sobre como demonstrar a diferença entre opinião e ciência. Além disso, ele é um bom ponto de partida para ensiná-los a pesquisar, coletar, avaliar e validar informações que os ajudarão a construir conhecimento e formar opinião pelo resto da vida.
Com as ressalvas iniciais feitas, que tal partir para o primeiro tema? E o tema que ainda faz parte dos tabus nos dias de hoje é logo um dos mais controversos: sexualidade.
Veja a seguir, em 5 passos, como o desenvolvimento da inteligência emocional e os Métodos Metacognitivos do Programa MenteInovadora podem ajudar você a trabalhar o tema “sexualidade“.
Método do Espelho – Investigue suas crenças sobre o tema.
Para que possa ensinar bem sobre sexualidade, a primeira coisa que precisa fazer é entender o que você pensa sobre esse assunto. Conhecer os seus próprios preconceitos, crenças, valores e certezas é importante para que você possa se despir daquilo que não o ajudará como formador de opinião. O Método do Espelho pode ajudá-lo muito nessa tarefa, ao abrir a sua disponibilidade interna para olhar para as próprias fraquezas e fortalezas, fracassos e êxitos, sempre com o interesse de romper esquemas internos de pensamento e superar barreiras emocionais que podem atrapalhar a sua naturalidade para lidar com o tema.
Método do Filtro – Levante as dúvidas da turma sobre esses tabus
O Método do Detetive é aquele que nos ajuda a focar no que é realmente importante, filtrando as informações ou dúvidas que não vão nos ajudar no aprendizado sobre o tema. Você pode usá-lo para escolher as questões que quer trabalhar a partir das dúvidas trazidas pelos alunos. Para conhecer essas dúvidas, é importante ouvi-los. Pode ser que alguns não se sintam confortáveis para fazer perguntas na frente dos amigos. Para superar essa barreira, use o recurso da caixinha de questões. Explique que o objetivo é receber perguntas anônimas que eles podem colocar na caixinha para que não sejam expostos.
Método da Tentativa e Erro – Aprendendo a separar mitos e fatos
Para esta fase do trabalho, primeiramente, selecione materiais de leitura, vídeos ou podcasts sobre os temas que serão abordados a partir das perguntas colocadas pelos alunos. Também a partir das dúvidas, monte cartazes com várias afirmações – algumas podem ser verdadeiras e outras falsas. Em roda de conversa, apresente os cartazes, um por vez. É aqui que entra a tentativa e erro. Os alunos devem responder se acham que uma afirmação é verdadeira ou falsa. Quem responder, precisa justificar a resposta. Guie o trabalho para explicar porque algumas das frases são mitos e reforçar as que são corretas. Ao final, indique os materiais que sustentam os fatos sobre os temas apresentados.
Método do Detetive – Traga um convidado
Pode ser um médico especialista, um sexólogo, um professor de ciências. Traga alguém para ser entrevistado pela turma. Além disso, ajude-os a formular as perguntas previamente, com base no que eles já aprenderam no passo anterior. Na fase de construção das perguntas, nada melhor do que o Método do Detetive, que nos ajuda a formular as perguntas certas para encontrar as melhores respostas. Logo após a entrevista feita, encomende redações em formato de artigo jornalístico com as informações trazidas pelo entrevistado.
Método das Aves Migratórias – Envolva as famílias
Afinal, a educação sobre sexo deve ser um trabalho contínuo, em parceria com as famílias dos alunos. Em reunião com pais e mães, aborde a questão e faça combinados com eles sobre como podem auxiliar com informações corretas, caso as questões cheguem em casa. Tome o cuidado de não confrontar opiniões, por mais que sejam divergentes das suas. Mais importante do que o que as pessoas pensam sobre o tema, é o que elas sabem de fato sobre ele. Lembre-se disso e deixe claro que o objetivo é preservar os alunos de riscos como gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, violência sexual etc.
Agora que você já tem um norte para trabalhar a sexualidade em sala de aula, lembre-se sempre da importância de adequar os temas à faixa etária dos seus alunos.
Bom trabalho.
12 Comentários. Deixe novo
Excelente texto sobre um tema complexo e muito delicado, e como sempre, a roda de conversa auxiliando a abordagem do mesmo.
Ótimo texto e me fez refletir sobre a minha prática pedagógica acerca deste tema tão complexo e a roda de conversa e uma ajuda importante para poder lidar com este tema
Excelente conteúdo com passo a passo esclarecedor. Já trabalhei com alunos do ensino médio com o recurso da caixinha. Não dei continuidade com as famílias e não trouxe um palestrante com essa competência. Muito obrigada! gostaria de receber mais dicas,
Esse texto realmente deu um norte pois os assuntos tabus nos deixam desconfortáveis e sem saber como agir.
Esse texto realmente deu um norte pois na prática pedagógica è necessário sabermos lidar com esses assuntos tabus.
Texto muito bacana e esclarecedor acerca de um assunto tão delicado e muitas vezes evitado devido ao desconforto que trás tanto ao educador quanto aos alunos, porém extremamente necessário.
Deixar os alunos à vontade para debater e formar opiniões, estimular as pesquisas e a parceria
com a família, essas são dicas valiosas.
É um tema que pode ser discutido e trabalhado de várias maneiras, com estratégias que possibilitam com que os envolvidos fiquem confiantes em se relacionar e participar das dinâmicas, todas as dicas são de grande valor.
É um tema que pode ser discutido e trabalhado de várias maneiras, com estratégias que possibilitam com que os envolvidos fiquem confiantes em se relacionar e participar das dinâmicas, todas as dicas são de grande valor.
Excelente texto, pois enfatiza a importância do professor transmitir confiança para seus discentes a ponto de discutir um tema tão complexo em sala de aula, porém ao mesmo tempo, tão relevante! Além disso, destaca algumas ideias para utilizar com os educandos, demonstra a importância da pesquisa, isto é, o conhecimento empírico, para que não caiam no senso comum: “achismo” e reproduzam atitudes preconceituosas. E tambem, relata o quanto a parceria Escola e Família é essencial na abordagem de temas considerados “tabus”, afinal somente o trabalho em conjunto é capaz de beneficiar os alunos!
Excelente texto e que auxilia muito na hora de trabalhar com temas tão delicados e que precisam ser trabalhados na escola também.
O texto nos ensinar a como conduzir em sala de aula o tema em questão.