As dificuldades de aprendizagem

Gestão Escolar

As dificuldades de aprendizagem.

Na semana passada, neste outro post, nós apresentamos uma pesquisa quantitativa realizada pela Mind Lab entre os dias 28 de março e 15 de abril deste ano (2022).

Lá, você ficou sabendo exatamente quais são os maiores problemas enfrentados por educadores e educadoras, gestores e gestoras escolares depois do retorno presencial às aulas.

Por isso, nós explicamos qual foi a maior dificuldade apontada pelos entrevistados no início da volta das aulas: os problemas emocionais causados nos alunos pelo longo período de pandemia.

No entanto, a pesquisa não parou nesse ponto. Igualmente, ela se preocupou em levantar as maiores dificuldades entre processos de aprendizagem e aspectos pedagógicos.

É sobre isso que vamos falar hoje.

Base de amostra

Antes de entrarmos nos resultados, é importante relembrar a base de amostragem da Pesquisa Mind Lab.

No total, foram ouvidos 985 educadores e educadoras de 412 unidades escolares.

Desse total, 947 entrevistados atuam em escolas públicas, que respondem por 386 unidades escolares de 18 redes públicas estaduais e municipais.

Dificuldades de aprendizagem

A segunda pergunta da pesquisa tinha o objetivo claro de aprofundar o conhecimento sobre as dificuldades enfrentadas por educadores e educadoras em relação à aprendizagem dos alunos.

Por isso, a questão que foi colocada aos entrevistados era: “Entre processos de aprendizagens e aspectos pedagógicos, quais apresentaram mais dificuldades?”

Os respondentes podiam escolher entre 5 opções:

  1. Alfabetização e letramento
  2. Matemática e lógica
  3. Socialização entre alunos e professores
  4. Concentração e foco
  5. Interação do aluno com as disciplinas

Para 44% dos entrevistados, tanto nas escolas públicas quanto nas privadas, a falta de concentração e foco foi o aspecto pedagógico com maior dificuldade no início da volta às aulas.

Em segundo lugar, bem próximo, com 39% de escolha, veio a alternativa A – Alfabetização e letramento.

Os demais aspectos apontados tiveram pouca lembrança pelos entrevistados, com 7% para interação do aluno com as disciplinas, e 5% para Matemática e lógica e 5% para socialização entre alunos e professores.

Públicas X Privadas

Por outro lado, quando analisados sob a perspectiva do filtro que separa escolas públicas das privadas, porém, os resultados mostram uma diferença grande.

Entre educadores e educadoras de escolas públicas, a questão da concentração e foco permanece em primeiro lugar, com 43% das menções. Entretanto, nas escolas privadas esse item é apontado como maior dificuldade por 63% dos entrevistados.

Essa grande diferença pode ser explicada pelo fato de que, nas escolas privadas, os professores e professoras notaram mais problemas emocionais dos alunos (63%), como relatamos no post da semana passada.

Alfabetização e letramento

No segundo aspecto mais apontado, Alfabetização e letramento, houve uma inversão. Essa questão foi apontada por 39% dos entrevistados de escolas públicas, contra apenas 24% nas escolas privadas.

Essa diferença também pode ser explicada pela resposta da primeira pergunta. Aliás, como explicamos na semana passada, apenas 8% dos respondentes de escolas privadas listaram problemas com conexão, computadores e internet. Com mais recursos à disposição, é possível que os alunos da rede privada tenham conseguido evitar maiores defasagens nos processos de alfabetização e letramento.

Sendo assim, mais uma vez, o dado sobre a alfabetização mostra como a pandemia contribuiu para aprofundar as desigualdades educacionais no Brasil.

Demais pontos

Nas demais alternativas da pergunta, as respostas mostraram relativo equilíbrio entre escolas públicas e privadas.

A socialização entre alunos e professores foi apontada como problema por apenas 5% dos respondentes, em ambas as redes.

Em relação à Matemática e lógica, a situação é ligeiramente melhor nas escolas privadas, onde apenas 3% apontaram esse ítem como problemático, contra 5% nas escolas públicas.

Cenário semelhante foi verificado no item interação com as disciplinas, apontado por 7% dos educadores e educadoras da rede pública contra 5% nas escolas privadas.

Outras questões

A pesquisa Mind Lab levantou também outros três aspectos:

  • A percepção de educadores e educadoras sobre a relação dos familiares dos estudantes com a escola e suas atividades
  • As possíveis interferências dessas relações no desempenho dos alunos
  • Os possíveis reflexos da saúde mental no desempenho dos alunos.

Esses pontos, porém, já são assunto para o nosso próximo post, na semana que vem.

Enquanto aguarda, deixe seu comentário e responda: para você, qual foi a maior dificuldade  pedagógica encontrada no retorno das aulas presenciais? E onde você se supreendeu positivamente?

Deixe seu comentário e até a próxima semana.

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