A importância de trabalhar a saúde emocional desde a alfabetização
A importância de trabalhar a saúde emocional desde a alfabetização.
Desde 1967, a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) instituiu a data de 8 de setembro como Dia Mundial da Alfabetização.
O intuito é fomentar a alfabetização em vários países ao redor do mundo.
Assim, para celebrar essa data em conjunto com a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, o Educador360 vai abordar hoje a importância de trabalhar a saúde emocional dos alunos desde a alfabetização.
O desafio de alfabetizar
Você, professor ou professora, já conhece o enorme desafio que é alfabetizar uma criança na idade certa.
Ainda assim, esse desafio se tornou ainda maior a partir da pandemia de Covid-19.
Segundo dados da Organização Não-Governamental Todos pela Educação divulgados este ano, o número de crianças de 6 e 7 anos não-alfabetizadas cresceu 66,3% entre 2019 e 2021.
A análise do Todos pela Educação foi baseada nos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios Contínua, a PNAD Contínua, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.
Ela mostra um efeito claro da pandemia e do fechamento das escolas por quase dois anos sobre a alfabetização das crianças brasileiras.
Dessa forma, além de estarem fora das salas de aula, outro fator que pode ter impulsionado esse número é a saúde emocional dessas crianças.
Saúde emocional e alfabetização
É consenso entre educadores que atuam nas universidades que fatores externos atuam sobre a capacidade cognitiva das crianças no momento da alfabetização.
Entre os principais estão o contexto familiar, o histórico de vida e as questões emocionais.
Nesse sentido, esses três campos foram fortemente impactados pelos efeitos da pandemia de Covid-19, com o fechamento das escolas, o isolamento das crianças em casa e a perda de entes queridos.
Os impactos emocionais impostos pela pandemia contribuem para o aumento das limitações entre as crianças em idade de alfabetização.
Por isso, além de se preocupar com os aspectos pedagógicos do processo de alfabetização, professores e professoras precisam também se dedicar a trabalhar a saúde emocional de seus alunos.
Indicativos emocionais
Existem alguns indícios de que as dificuldades para alfabetizar um aluno ou aluna podem estar ligadas à saúde emocional da criança.
Para identificá-los, professores e professoras devem observar algumas características como:
- Baixa tolerância à frustração;
- Choro constante sem motivo aparente;
- Insegurança excessiva;
- Conduta recorrente de evitar algumas atividades;
- Coordenação visomotora prejudica;
- Dificuldade de socialização;
- Dificuldade de planejamento;
- Baixa organização e memorização de conceitos;
- Desenvolvimento tardio da linguagem oral;
- Evasão de atividades orais;
- Dificuldade em direcionar atenção para atividades próprias da infância e do processo de escolarização.
Parceria com as famílias
Para lidar com situações como essa, é fundamental que a instituição escolar atue em parceria com as famílias. Os professores precisam entrar em contato com os pais ou responsáveis para compreender melhor o que se passa com seu aluno ou aluna.
Em conjunto, família e escola devem traçar as estratégias para atuar sobre a saúde emocional da criança. Dessa forma, ela pode ser preparada para o processo de alfabetização.
Avaliação diagnóstica
O primeiro passo para iniciar a superação desse problema é fazer uma avaliação diagnóstica.
Portanto, uma avaliação inicial bem conduzida vai permitir ao professor ou professora identificar as habilidades específicas de cada criança.
Essas informações serão essenciais no planejamento das estratégias para permitir que todas as crianças de seu grupo se desenvolvam de maneira mais efetiva no processo de alfabetização, cada uma dentro das suas capacidades.
Flexibilidade pedagógica
Com o apoio da Coordenação Pedagógica, o professor ou professora precisará realizar adequações metodológicas para trabalhar com as crianças com maior dificuldade.
A partir das habilidades que a criança já desenvolveu – e que foram levantadas na avaliação diagnóstica –, o professor ou professora vai elaborar e propor formas alternativas de trabalho que contemplem preferências da criança por atividades como pintar, jogar, desenhar, etc.
Acima de tudo, é fundamental que as atividades contemplem trabalhos de raciocínio lógico matemático, estimulação da linguagem oral e escrita e explorem habilidades de atenção, memória, percepção e imaginação.
A realização de avaliações constantes será importante para verificar os avanços e as conquistas de cada criança ao longo do processo e, a partir deles, redesenhar as estratégias de trabalho.
Jogos e alfabetização
Como já dissemos neste outro artigo, jogos de raciocínio podem ser grandes aliados na melhoria da leitura e da escrita.
Atuando há mais de 25 anos no desenvolvimento de tecnologias educacionais inovadoras para o aprimoramento de habilidades socioemocionais, a Mind Lab utiliza jogos de raciocínio para estimular a aquisição de competências cognitivas, sociais, emocionais e éticas pelos alunos.
Conheça o Programa MenteInovadora e descubra como ele pode ajudá-lo a trabalhar a saúde emocional de seus alunos e, dessa forma, facilitar o processo de alfabetização.
1 Comentário. Deixe novo
Boa noite! Diante desses desafios, é necessário estarmos atentos a essas crianças que por algum motivo foram afetadas em seu aprendizado. Como foi dito, devemos conhecer cada uma criança da nossa sala de aula em todos os seus aspectos para que possamos ajudá-las nesse processo, isto com a parceria da família que deve estar aberta para caminhar com a escola, para possibilitar o avanço dessas crianças.