Autoconhecimento e vocação: entenda como direcionar as escolhas profissionais dos alunos
São várias as missões educacionais de uma escola. Por este motivo, hoje os gestores estão sempre se questionando sobre o que devem incluir em suas grades curriculares. Ainda assim, não restam dúvidas de que há um forte direcionamento de ensino para as provas vestibulares.
O foco se intensifica no Ensino Médio, quando os jovens já começam a pensar no futuro de suas profissões. Porém, sabemos que todo o conteúdo do ensino fundamental segue o modelo de aprendizagem que resultará na preparação para o mercado de trabalho. A diferença é que, no começo, esse objetivo apenas não se mostra evidente.
Na prática, quanto mais novos os alunos, menos eles são estimulados a refletir em torno de suas futuras vocações. O problema é que, quando se deparam com este questionamento, se sentem pressionados para tomar uma importante decisão sem ter o autoconhecimento necessário para tal.
Dessa forma, os fatores externos passam a ter um forte peso de influência. Desde a expectativa dos pais, o status social e até as escolhas dos amigos.
De fato, a escola também não tem o papel de decidir por eles. Apenas vale considerar que, já que boa parte do ensino se volta em torno desse objetivo, é importante que exista um direcionamento que os ajude a escolher com mais consciência.
Assim, convidamos você, gestor, a refletir conosco em torno de um processo que de certa forma os acompanha por muitas fases da vida e que é determinante para a realização de seus alunos!
Autoconhecimento e as aptidões
Desde pequenas as crianças demonstram certas inclinações e aptidões naturais. Segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, são nove os tipos de Inteligência que explicam porque algumas pessoas se saem tão melhores em determinadas áreas do que em outras.
Partindo desse ponto, é essencial que os educadores observem e desenvolvam as aptidões em seus alunos desde cedo. Por mais que não seja o momento para escolher uma profissão, muitas de nossas tendências nos acompanham pela vida toda.
Ou seja, antes de mais nada, os alunos precisam aprender a se questionar sobre o que gostam e o que não gostam de fazer. É através do autoconhecimento que eles irão descobrir esse caminho. Sabendo que haverá mudanças, essa também não é uma resposta fixa. Conforme eles se deparam com novas oportunidades e vivências, outros talentos podem florescer.
Até mesmo os desafios devem ser trabalhados para que não se tornem grandes empecilhos no futuro. Há quem escolha a profissão apenas para fugir de determinado conteúdo. A frustração acontece quando na faculdade ou no cotidiano, esse conteúdo também aparece como parte dos estudos.
Também não é apenas a facilidade com certas matérias capaz de indicar nortes de aptidões. Os perfis psicológicos e comportamentais também devem receber um olhar atento. Isso porque gostar de determinada área não significa que alguém se adapte à dinâmica do cotidiano deste trabalho, que também precisa combinar com seu perfil pessoal.
Trabalho X Vocação
No dicionário, o significado da palavra trabalho é: “atividade profissional regular, remunerada ou assalariada”. Já a palavra vocação vem do latim vocare, que significa chamar. Em resumo, a vocação é uma palavra que remete aos seus propósitos ou a seu chamado pessoal.
Em nossa sociedade, todos entendem que cedo ou tarde precisam trabalhar. Principalmente para ganhar dinheiro e garantir o seu sustento. No entanto, são poucos aqueles que atendem a seus propósitos mais profundos.
O resultado disto são pessoas insatisfeitas profissionalmente. Segundo pesquisas, cerca de 50% da população se vê infeliz nesse sentido. Não à toa, quando falamos das aptidões dos alunos, é importante olhar para onde elas serão direcionadas.
Quando educamos apenas em torno de resultados como se sair bem no vestibular ou conquistar um emprego de prestígio, as crianças tendem a perder a essência de seus talentos. Em consequência disso, vemos adolescentes e adultos confusos que desistem de curso no meio do caminho ou trocam muitas vezes de emprego.
Entender a diferença em trabalho e vocação faz parte da construção da autonomia profissional que um dia todos deverão atingir.
Entendendo a realidade
Apesar do autoconhecimento se voltar a um olhar interior, ele não se desenvolve apenas enxergando a si mesmo. Portanto, quanto mais estimulante for o ambiente ao redor, mais enriquecedora será essa experiência.
As profissões estão mudando rapidamente e há cada vez um número maior de opções para se escolher. O que indica que gestores escolares podem pesquisar sobre áreas e tendências de mercado para fornecer um vislumbre do mundo real aos alunos.
Seja através de palestras, filmes, atividades e mesmo vivências dentro ou fora da escola, há sempre maneiras de inspirar escolhas com base na realidade. Uma opção é trazer profissionais para contar suas histórias e falar um pouco sobre o que fazem. Este olhar pode até ajudá-los a se interessar mais por matérias em sala de aula que estejam conectadas com a profissão.
O que vale é abrir o leque de possibilidades!
Muitas fases
No fim, sabemos que a escolha da profissão passa por diversas fases. Começando por nossos sonhos de infância que depois se tornam inspirações na adolescência e por fim experiências na vida adulta.
Hoje também sabemos que é sempre possível recomeçar. Em busca de seus propósitos, as pessoas desistem de empregos e profissões de muitos anos para seguirem seus sonhos ou apenas experimentarem algo novo.
Boa parte da pressão em torno dos vestibulares acontece porque os adolescentes sentem que estão escolhendo para a vida toda. Porém, é importante ressaltar que a vida é feita de mudanças e todas as escolhas devem nos levar ao bem-estar de satisfação e realização em todos os níveis.
E você, também acredita que os gestores e educadores podem permitir que esse caminho seja traçado da melhor forma? Deixe um comentário explicando como esse aspecto está sendo explorado em sua escola.
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