Jogos de raciocínio contra o racismo e o bullying

Professor da rede pública de Natal usa o MenteInovadora para combater preconceito e bullying

O desafio surgiu na Escola Municipal Professor Reginaldo Ferreira Neto, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, quando o professor Otávio Fidelis foi procurado por uma de suas alunas do 5º ano. A menina relatou que vinha sendo vítima constante de preconceito por parte de colegas da turma. O professor logo percebeu que estava diante de um caso de bullying baseado em preconceito racial. Para combatê-lo, ele formatou um projeto chamado A Cor da Cultura. “Eu senti necessidade de trabalhar a Cultura Africana dentro do Brasil, para que a aluna pudesse conhecer suas origens e, dessa forma, se fortalecesse emocionalmente”, conta o professor. “E, ao mesmo tempo, eu precisava trabalhar o preconceito dos alunos que a estavam perseguindo e combater essa postura.”

Como iniciar?

O ponto de partida escolhido por Otávio foi o jogo Bloqueio, do Programa MenteInovadora. Nessa modalidade, o objetivo de cada jogador é levar seu peão ao outro lado do tabuleiro, ao mesmo tempo em que tenta evitar que seu oponente conquiste esse mesmo objetivo. Para isso, ele pode utilizar barreiras para bloquear o caminho do adversário, ou pode usá-las para construir um caminho para si próprio. “Depois de trabalhar o jogo em sala, eu questionei a eles: quais são as barreiras sociais que nós enfrentamos? Quantas vezes perdemos tempo bloqueando, prestando atenção apenas no outro, quando poderíamos nos voltar para nós mesmos para evoluir?”, conta Reginaldo.

A proposta de reflexão foi trabalhada de forma contínua ao longo do projeto, por meio dos métodos metacognitivos do Programa MenteInovadora. “Utilizei os métodos Árvore do Pensamento, Semáforo e Pintor”, enumera Otávio. “Realizamos atividades de diálogos entre as turmas a respeito do preconceito e fizemos junto às crianças que estavam praticando bullying.”

Para reforçar a importância da autoestima, o professor trabalhou o texto do livro Bonito é se Gostar, da escritora Drika Duarte. E trabalhou, também, a confecção da boneca Abayomi, que é símbolo de resistência da cultura negra. A boneca foi feita pelos alunos, e eles a levaram para suas casas. “Ao final do projeto, nós conseguimos trazer essas crianças para mais perto e elas foram capazes de refletir e falar sobre o que sentiam”, conclui Otávio. “Elas passaram a se entender melhor, a se respeitar mais e modificaram a realidade em que estão vivendo.”

Para assistir ao vídeo do projeto de Otávio Fidelis, acesse http://amplieperspectivas.mindlab.com.br/inspira  

15 Comentários. Deixe novo

  • Lídia Lacava
    30/01/2020 12:06

    Parabéns, professor Otávio! São essas iniciativas criativas e sensíveis que fazem a diferença no seu papel de Educador. Como diz Madalena Freire o “educador é aquele que educa-a-dor”… a dor da falta, a dor de se colocar no lugar do outro percebendo e sentindo onde machuca… onde dói e paralisa!!!
    São Professores/Educadores com seu perfil que fazem a diferença… AVANTEEE!!! Um forte abraço

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  • MARIA ROSINÉIA
    16/02/2020 14:45

    Parabéns professor Otávio, sua iniciativa é inspiradora. Vou adotar em minha prática suas ideias. Fiquei sua fã.

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  • Lição de casa

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  • Patricia Macedo
    31/03/2020 18:36

    Muito bom!…O professor conseguiu levar os alunos a uma reflexão de suas açoes de uma forma lúdica com total significado para eles.

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  • Parabéns, professor Otávio! Ações como esta fazem toda a diferença, principalmente na educação pública. Com certeza os alunos levaram esta experiência para a vida.

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  • Newton Prado
    10/04/2020 14:33

    O professor tem que buscar novas maneiras de trabalhar conceitos, e a criatividade é muito importante para atrair os alunos.

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  • Maria Eleni Teles Silva
    19/05/2020 22:01

    Lição para a vida!! Ação inspiradora para todos nós!!!!!

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  • Bruna Aparecida da Silva
    20/05/2020 02:32

    Parabéns professor Otávio excelente modo de ajudar uma aluna e ao mesmo tempo, ajudou outros educandos e fez com que todos refletissem! Apresentou novos conhecimentos sobre a cultura africana e por meio dos jogos, ensinou alguns objetivos e entre eles, o fato de não julgar o outro e compreender que apesar das diferenças, somos todos iguais!

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  • Regimara de Souza
    28/05/2020 18:13

    Parabéns Professor pelo interesse em intermediar uma situação de forma lúdica e agradável.

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  • Não consigo ver o vídeo, parabéns professor desde já pelo trabalho.

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    • manoela.frug
      03/06/2020 16:07

      Enio, tudo bem?
      Realmente estávamos com um problema no site em que o vídeo foi publicado, mas já fizemos a correção necessária. Pode clicar novamente e apreciar o material!
      Obrigada.

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  • Muito simples e interessante o jogo. Parabéns Prof. Otávio.

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  • Antonia Couto
    27/08/2020 14:29

    Parabéns! Pois adotou forma lúdica e prazerosa de trabalhar uma questão tão séria.

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  • Helena Dandara
    10/09/2020 16:43

    Parabéns, professor. Excelente iniciativa.

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  • parabéns professor por seu esforço, nessa luta contra o bullying.

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