Educação ambiental como ferramenta de transformação
A educação ambiental tem um papel essencial na formação de indivíduos conscientes e responsáveis. Integrar práticas sustentáveis no dia a dia das escolas e comunidades não só beneficia o meio ambiente, mas também prepara as futuras gerações para enfrentar os desafios globais. A Mind Lab acredita e incentiva ações como essa, por isso, neste post, exploraremos iniciativas como a da startup Recickla e projetos acadêmicos como o da USP que estão promovendo mudanças significativas por meio da educação ambiental.
Integrar a educação ambiental em todas as disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e capacitar professores para abordar questões ambientais, como mudança climática e matriz energética, é fundamental. Essa abordagem permite que os alunos entendam a importância da sustentabilidade desde a infância, incentivando mudanças de hábitos que podem ter um impacto duradouro.
Recickla: promovendo a sustentabilidade nas escolas
A Recickla, fundada pela engenheira química Carolina Machado, é um exemplo de como a educação ambiental pode ser implementada de maneira eficaz. Nascida no Rio de Janeiro, Carolina começou a atuar em Rio das Flores, um pequeno município fluminense. Com o objetivo de engajar a população na coleta seletiva de resíduos, a Recickla conseguiu transformar o município, elevando sua posição no índice ICMS Ecológico de 92º para 38º lugar entre 2019 e 2022.
Carolina destaca: “O trabalho de educação ambiental da Recickla alavanca os investimentos em infraestrutura, uma vez que faz com que a população utilize essa infraestrutura da melhor forma”.
Educação ambiental como parte do currículo
Um dos grandes desafios na educação ambiental é integrá-la de maneira contínua no currículo escolar. A Recickla desenvolveu materiais didáticos para apoiar os professores, facilitando a inclusão do tema de forma sistemática nas aulas. Esse método é essencial para que os alunos vejam a sustentabilidade como parte integral de suas vidas, e não apenas como uma atividade ocasional.
Livro gratuito reúne experiências educativas em unidades de conservação ambiental
As experiências e resultados de planos e práticas de educação ambiental em quatro Unidades de Conservação (UCs) do Estado de São Paulo estão disponíveis no livro “Educação Ambiental em Unidades de Conservação: fundamentos e práticas”, lançado pela Diagrama Editorial com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Coordenado pela pesquisadora Rosana Louro Ferreira Silva, do Instituto de Biociências da USP, este livro pode ser baixado gratuitamente neste link.
O livro é fruto do projeto do Programa Biota e busca políticas inovadoras para a gestão de unidades de conservação ambiental. Um dos aspectos mais relevantes do trabalho foi sua abordagem, que colocou a participação social e o diálogo no centro das atividades realizadas. Diferentes atores sociais, como a comunidade local, pesquisadores e gestores dos territórios estudados, atuaram conjuntamente na construção e investigação de propostas educativas voltadas à biodiversidade e sociodiversidade nas UCs.
Exemplos práticos e resultados
O livro é dividido em oito capítulos que trazem as diferentes propostas de trabalho realizadas – sempre adaptadas às características específicas de cada território. Entre as iniciativas destacam-se a construção colaborativa de cursos de formação de professores, juntamente com monitores e gestores das UCs, e a implantação do Programa de Educação Ambiental da APA Corumbataí/Piracicaba. Também foram realizadas diversas atividades de ciência cidadã com abelhas nativas na APA Carmo e no Parque Estadual do Jaraguá, além de projetos de educomunicação que envolveram jovens indígenas no entorno do Parque Estadual do Jaraguá.
A publicação não só consolida os resultados do projeto, mas também alimenta o potencial de replicação dessas práticas em outras áreas protegidas. “Entendemos que a pesquisa traz subsídios para outras UCs aprimorarem seus planos de educação ambiental e implementarem ou replicarem a formação de monitores e professores, envolvendo a comunidade local de acordo com a realidade de cada UC, utilizando ferramentas de aprendizagem social e educomunicação”, destaca Ferreira Silva.
Potencial de transformação
Para Adriana Neves da Silva Carvalho, assessora de Educação Ambiental da Fundação Florestal que participou de todo o processo, a parceria entre pesquisadores e Unidades de Conservação potencializa a gestão desses territórios. “Especialmente neste momento, em que temos um Programa de Educação Ambiental Estadual sendo construído, é de extrema importância termos essa pesquisa participativa com o desafio de olhar e pensar a educação ambiental como um componente de destaque dentro da gestão das UCs”, destaca.
A educação ambiental é uma ferramenta poderosa para transformar escolas e comunidades. Iniciativas como a da Recickla e os projetos acadêmicos da USP mostram que, com empenho e criatividade, é possível promover a sustentabilidade e preparar as futuras gerações para enfrentar os desafios globais. Integrar a educação ambiental de forma contínua no currículo escolar e utilizar métodos inovadores são passos essenciais para alcançar esse objetivo.