Enriqueça suas aulas com a metodologia da Sala de Aula Invertida
Em uma sala de aula tradicional, os alunos costumam se deparar com um assunto pela primeira vez através da explicação dos professores. Quando não há um cronograma definido, muitos vão para a escola sem sequer saber o que irão estudar no dia.
As lições de casa surgem como um reforço ao aprendizado. O problema com este modelo é que, no momento em que precisarem raciocinar por si, estarão sozinhos e sem um suporte direto.
Dessa forma, a sala de aula invertida (do inglês, flipped classroom) surge no caminho oposto, enquanto uma proposta pedagógica onde os alunos estudam antes em suas casas para que depois, mais preparados, possam assistir a uma aula dinâmica focada em tirar dúvidas, realizar debates ou mesmo participar de projetos em grupo.
Saiba mais sobre as vantagens desse modelo e descubra se a sua escola está pronta para se adaptar!
A sala de aula invertida
Para entender melhor, a animação abaixo explica o conceito de forma simplificada:
Respeito ao aprendizado individual
A sala de aula invertida é eficiente porque respeita a individualidade dos alunos. Afinal, ninguém aprende na mesma velocidade e nem da mesma forma. Isso acontece porque, em geral, as pessoas podem ser classificadas como visuais, auditivas ou cinestésicas. Estes perfis variam de acordo com o tipo de estímulo capaz de gerar maior impacto em cada uma.
Quem tem o perfil visual prefere visualizar o conteúdo através de diagramas, textos escritos ou grifados, imagens e vídeos. Já os auditivos entendem melhor ouvindo através da fala, de suas próprias repetições, músicas, áudio-livros ou mesmo vídeos onde o som é destacado. Por sua vez, os cinestésicos possuem um perfil mão na massa e aprendem melhor fazendo e experimentando.
Outro fator de influência, é o nível de afinidade com determinada matéria ou conteúdo. É natural que todos estejam mais adiantados ou atrasados em diferentes assuntos, de acordo com suas próprias aptidões.
A sala de aula invertida, portanto, permite que os alunos estudem antes, em seu ritmo e de forma personalizada. Assim, durante as aulas oficiais, terão seus conhecimentos mais equilibrados em relação uns aos outros.
Otimização do tempo e valorização dos professores
Ao trazer esta bagagem do tempo em que estão separados, o trabalho em sala é otimizado para tornar-se produtivo coletivamente. Assim, os professores exercem o papel de mediadores ao permitirem que os alunos tornem-se protagonistas de sua aprendizagem.
Com dúvidas e questionamentos mais elaborados, os estudantes também podem extrair o melhor de seus tutores.
Vale lembrar que este caminho é guiado pelos educadores que devem selecionar materiais adequados e intuitivos com foco no estudo autodidata. Para tanto, a tecnologia surge como coadjuvante aliada aos propósitos da aula por meio de formatos multimídia. Considerando os diversos estilos de absorção já mencionados, o ideal é que as informações estejam disponíveis tanto em textos, quanto áudios, vídeos e até jogos interativos.
Crianças e jovens podem assim, escolher entre aqueles que se sentirem confortáveis. Da mesma maneira, precisam de liberdade para estudar outros materiais e formatos de sua escolha, conforme avançam em seu protagonismo.
Evidências e cases de sucesso
O modelo já é aplicado em todo o mundo, com resultados de aproveitamento positivo. A especialista em educação Andrea Ramal autora do livro “Redação Excelente – Para Enem e Vestibulares”, ressalta algumas evidências: “Em Harvard, nas classes de cálculo e álgebra, os alunos inscritos em aulas invertidas obtiveram ganhos de até 79% a mais na aprendizagem do que os que cursaram o ensino tradicional. Na Universidade de Michigan, um estudo mostrou que os alunos aprenderam em menos tempo. O MIT (Massachusetts Institute of Technology) considera a Flipped Classroom fundamental no seu modelo de aprendizagem. O método é adotado em escolas da Finlândia e vem sendo testado em países de alto desempenho em educação, como Singapura, Holanda e Canadá.”
Andrea também reforça que: “A metodologia tradicional deixa o aluno num papel passivo, simplesmente ouvindo as explicações do professor. Ao inverter esse modelo e fazer com que o aluno assista às aulas fora do ambiente da escola ou universidade, há um aumento na presença e participação em sala de aula”.
Mudança de Cultura
Para além de uma troca de papeis, a sala de aula invertida propõe uma nova cultura na maneira de ensinar. O que aponta para estruturas como treinamento e internalização da ideia por parte da gestão e do corpo docente, adaptação de conteúdo e materiais educativos para diferentes formatos, foco na meta-aprendizagem e reeducação dos alunos e pais.
Entre os riscos a se levar em conta, está a falta de engajamento estudantil para assimilar as matérias de forma autônoma. Por este motivo, é importante incluir o treinamento das competências, que incluem habilidades e atitudes necessárias à motivação.
Para os gestores que estiverem interessados em testar o formato, é possível começar aos poucos. No lugar de mudar todo o seu sistema de ensino, insira aulas especiais para ativar um novo ritmo de engajamento. Conforme o método se mostrar viável, será uma escolha da escola expandir ou não a abordagem. Outra opção é dividir a aprendizagem, estimulando estudos prévios em casa e continuidade da explicação de forma presencial.
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2 Comentários. Deixe novo
Muito bom , minha filha tem aula evertida , e percebo que ela foi muito bem na matéria.
Muito interessante essa proposta, acredito ser válida como ferramenta no ensino-aprendizagem.