Neurociência como ferramenta para a educação
A neurociência, área do conhecimento que se dedica a compreender os mecanismos biológicos e estruturas cerebrais, tem sido cada vez mais utilizada como uma ferramenta para melhorar a educação. Ainda mais no que diz respeito ao desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais, emocionais e éticas dos alunos.
Ao compreender com mais clareza o funcionamento do cérebro e todo o seu potencial, nós, educadores e educadoras, podemos nos aproximar mais de situações-problema vividas na sala de aula, esclarecendo e entendendo como esses gatilhos atingem os alunos. “Reconhecer esses processos neurobiológicos pode nos ajudar a perceber os limites e as potencialidades das práticas educativas”, defende a professora e coordenadora do Laboratório de Pesquisa e Integração em Psicologia, Fabiana Versuti, do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
Compreendendo o cérebro
Ao entender como o cérebro processa a informação, podemos ajustar a forma como apresentamos conteúdos complexos para torná-los mais acessíveis aos alunos. Ao saber como a memória funciona, podemos usar técnicas de repetição espaçada e associação para ajudar os alunos a memorizar informações de forma mais eficaz.
Além disso, o conhecimento das especificidades do cérebro também auxilia os professores a lidar com problemas de comportamento e aprendizagem. Muitos alunos com transtornos de atenção e hiperatividade (TDAH) têm dificuldade de concentração e controle. Com uma compreensão mais profunda de como o cérebro funciona, os professores podem desenvolver estratégias específicas para ajudar esses alunos a se concentrarem e a controlarem melhor o comportamento na sala de aula.
Em resumo, ao reconhecer e compreender os processos neurobiológicos envolvidos na aprendizagem e no comportamento humano, os professores podem melhorar significativamente a qualidade do ensino e proporcionar aos alunos um ambiente mais adaptado e acolhedor, que estimula o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais, emocionais e éticas.
Neurociência a favor da educação
Uma das maneiras pelas quais a neurociência pode ajudar a melhorar a educação é com o uso de jogos em sala de aula e em casa. Jogos são uma forma divertida e interativa de aprendizado que podem ser projetados para desenvolver habilidades específicas como:
- memória
- atenção
- resolução de problemas
- tomada de decisões
Por meio do uso dos jogos do Programa MenteInovadora, da Mind Lab, os alunos podem praticar essas habilidades de uma forma envolvente e desafiadora, o que pode ajudá-los a melhorar seu desempenho acadêmico.
Métodos metacognitivos
Outra forma pela qual a neurociência pode ajudar a melhorar a educação é com o uso de métodos metacognitivos. Metacognição refere-se à capacidade de pensar sobre o próprio pensamento, e métodos metacognitivos são estratégias que os alunos podem usar para monitorar e controlar seu próprio aprendizado. Ao ensinar essas estratégias para os alunos, eles podem se tornar mais conscientes de como estão aprendendo e mais eficazes na resolução de problemas e na tomada de decisões.
Finalmente, a neurociência pode ajudar a melhorar a educação desenvolvendo habilidades sociais, emocionais e éticas. Por meio do estudo do cérebro e do comportamento humano, os educadores podem aprender sobre a importância do desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e éticas para o sucesso acadêmico e pessoal dos alunos. Essas habilidades incluem empatia, resiliência, autocontrole, ética e comunicação eficaz. Ao ensinar e praticar essas habilidades com os jogos, os educadores podem ajudar os alunos a se tornarem cidadãos mais conscientes e responsáveis, capazes de lidar com os desafios da vida de forma eficaz e positiva.