O que esperar do Ensino do Futuro?
As transformações são tão velozes que, às vezes, a gente se pega pensando: qual será o meu papel, como educador ou educadora, na formação dos cidadãos do futuro? Será que o meu trabalho em sala de aula está preparando crianças e jovens para esse futuro que ninguém tem certeza de como será? O que eu preciso mudar na minha forma de atuar para me adequar às novas necessidades do mundo?
Essas angústias são constantes entre os profissionais da educação. E o que contribui para ampliar a angústia é o fato de que não há uma única resposta certa, um único caminho a seguir.
No nosso artigo de hoje vamos discutir 8 tendências que parecem cristalizadas no horizonte do ensino do futuro e que, de alguma forma, vão acabar impactando a sua forma de trabalhar.
Boa leitura!
8 tendências para o Ensino do Futuro
- Educação Integral – Durante muito tempo, especialmente a partir da primeira Revolução Industrial, o papel da escola e do educador ou educadora se limitava a fazer a transmissão de conhecimento.
Esse tempo acabou.
Com a Revolução Digital, que também é chamada de Quarta Revolução Industrial, a sociedade e a economia passam a precisar de cidadãos altamente desenvolvidos não apenas nos aspectos cognitivos, mas também nos campos social, emocional e ético.
É o que se chama de Educação Integral, com grande foco no desenvolvimento socioemocional.
- Mediação da aprendizagem – Para promover essa educação integral, o papel de professores e professoras também precisa ser ressignificado.
Se antes eles e elas eram meros transmissores dos conteúdos que os estudantes precisavam aprender, agora eles e elas se transformam em mediadores da aprendizagem.
O seu papel, como educador ou educadora, é menos o de entregar o conhecimento pronto e mais o de facilitar para alunos e alunas que ativamente constroem o próprio conhecimento.
- Educação crítica – Este é um dos pilares da Educação Integral. Se antes os alunos e alunas eram formados para decorar fórmulas e seguir regras, eles agora devem ser despertados para navegar no imenso mar revolto de informações e conteúdos armazenados nas nuvens digitais do mundo virtual.
Apenas os alunos e alunas com capacidade crítica para separar e apreender conteúdos relevantes para si serão capazes de se destacar nesse cenário.
- Protagonismo do estudante – Na esteira do ponto anterior, a capacidade crítica está ligada ao protagonismo do estudante, que escolhe o caminho a trilhar na apreensão do conhecimento.
No Ensino do Futuro, problemas serão o ponto de partida para que os estudantes construam e apliquem o conhecimento necessário para a sua solução. O que nos leva ao ponto seguinte.
- Aprender fazendo – As chamadas metodologias ativas, que empregam o protagonismo do estudante na construção de saberes e de soluções práticas para problemas tendem a se ganhar cada vez mais espaço num ensino do futuro.
- Avaliação diagnóstica – Nesse cenário de protagonismo do estudante e metodologias ativas, o que define a aprendizagem não é mais uma nota em prova e sim o resultado apresentado pelo projeto criado pela turma ao longo do semestre.
As avaliações passam a ganhar importância ao longo do processo, como diagnósticos do que está sendo aprendido e do que falta desenvolver, para que você, professor mediador da aprendizagem, possa sugerir as correções de rumo necessárias.
- Educação Multidisciplinar – Esse aprendizado por projetos vai exigir uma abordagem cada vez mais tecnológica, digital e multidisciplinar, que integre digitalmente as várias áreas do conhecimento. Exatamente como exige o mercado de trabalho do novo cenário econômico e social.
- Tecnologia no dia a dia – Finalmente, tudo isso vai exigir de você, professor e professora, uma familiaridade com ferramentas digitais muito maior do que a que você detém hoje. Porque o Ensino do Futuro será fortemente construído sobre um ambiente digital em que as tecnologias serão ferramentas para a aprendizagem.
Um novo protagonista
Em resumo, o que essas 8 tendências para o Ensino do Futuro aliadas nos mostram é uma migração do papel de protagonista no palco da Educação.
Antes, os refletores estavam todos voltados para o professsor ou a professora como grandes mestres detentores do conhecimento.
No Ensino do Futuro, o centro desse palco estará ocupado por um novo protagonista: os estudantes, que são os verdadeiros sujeitos da educação.
Um bom professor ou uma boa professora, bem formado(a) e valorizado(a) em todos os aspectos sociais e econômicos da sua carreira, será ainda mais importante para garantir que o direito à educação seja plenamente atendido.
Quem deve brilhar na concretização desse direito, porém, é o estudante, verdadeiro protagonista nesse palco da educação.