Descubra as principais tendências da educação brasileira para 2018
Tudo indica que 2018 promete representar o começo de um novo período na história da educação brasileira. Afinal, o momento é de uma profunda transformação a nível nacional que afeta tanto escolas públicas quanto privadas e aponta para rumos e tendências que já vêm sendo debatidos como parte da educação do futuro.
Porém, as novas direções ainda não passam de um ponta pé inicial e ainda há muito trabalho pela frente. Em geral, ainda pairam no ar as dúvidas sobre prazos e questões práticas de adaptação, principalmente para as escolas que terão que mudar parte de seu sistema e acompanhar o ritmo tanto de regras obrigatórias quanto de outras necessidades em pauta com relação ao mundo e ao aluno moderno.
Nesse sentido, vale lembrar a importância de se antecipar às transformações até mesmo antes das obrigatoriedades. Muito mais do que fazer parte da corrida constante apenas para acompanhar exigências do Ministério da Educação, não restam dúvidas que o foco agora é uma educação inovadora mais relevante aos alunos e ao contexto no qual eles se inserem.
Se ainda há questões a resolver sobre os detalhes, ao menos já se sabe que esse será o norte. Confira então quais são as maiores tendências para este ano letivo e como a sua escola pode começar a se preparar para estar à frente!
Novos Modelos e Abertura para o Diálogo
Todos sabem que 2017 foi um ano agitado para a educação brasileira, com direcionamentos para mudanças estruturais na educação básica que deixaram os profissionais da área, pais e alunos em estado de atenção constante. Entre os destaques estão a Reforma do Ensino Médio, a homologação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e a Política Nacional de Formação de Professores.
Mas o que já é possível fazer a partir desses documentos e informações e como se posicionar diante deles?
Aqui seguem algumas dicas que podem nortear a sua escola nesse momento:
📚 Prioridades
Mesmo que os temas estejam sendo debatidos simultaneamente, procure priorizar tudo com base em impacto, abrangência e prazos. Até porque as mudanças não serão feitas de um dia para o outro e nem de uma só vez.
Um dos primeiros passos é olhar para a BNCC, o documento que não só tem o menor prazo de implementação (deve ser colocado em prática até dois anos após a sua aprovação em dezembro do ano passado), mas também norteará todo o currículo de Ensino Infantil e Fundamental daqui por diante.
A previsão é de que a base seja implementada logo no início de 2019 e já se encontre consolidada em 2020. Ou seja, 2018 será o ano em que as escolas e redes de ensino deverão se adaptar e rever seus currículos. O MEC informou que os professores receberão formação para conhecer o documento em profundidade e haverá a adequação necessária do material didático.
Enquanto isso, as escolas aguardam os documentos de implementação e treinamento que abordarão os caminhos práticos da mudança.
Já os prazos sobre o Novo Ensino Médio ainda estão sendo definidos. O que se sabe é que o aumento da carga horária para no mínimo 1000 horas de aula por ano deve acontecer até 2022, em cerca de 5 anos. Agora restam expectativas sobre outros prazos da reforma e também sobre a divulgação da BNCC do Ensino Médio, que ainda será lançada.
A Política Nacional de Formação de Professores foi considerada a mais genérica e polêmica até então. Apesar de não haver prazos ou regras definidas, já foi divulgado que a cidade de São Paulo será piloto do Programa de Residência Pedagógica, que integra a nova política, já agora em 2018.
Tendo todos esses contextos em mente, a escola já pode se organizar em torno dos pontos que estão melhor definidos e ficar atenta para as próximas divulgações que irão aparecer no decorrer do ano. Seguir sites, blogs e páginas de redes sociais relacionados à educação é uma das melhores maneiras de ficar sabendo das notícias em tempo real.
📚 Diálogo
Conforme cada mudança for sendo priorizada, é importante promover reuniões e debates com a gestão e o corpo docente da escola. Esse é o primeiro passo para garantir que todos estão em linha sobre tudo o que foi divulgado até agora e começar a organizar as ideias em torno das novas implementações.
Na sequência, vem o diálogo com pais e alunos. Muitos deles apenas ouviram falar, mas estão pouco inteirados sobre como e quando serão afetados na prática. É interessante que a escola abra espaço para debate sobre esses temas tão estruturais não só para explicar o que muda, mas também para nortear os propósitos por trás deles.
Vale ressaltar o que é obrigatório e o que poderá ser flexibilizado dentro do ambiente escolar, como o próprio currículo de aprendizagem, desde que siga a BNCC.
O ideal é criar todo um calendário de divulgação que envolva materiais físicos, digitais e encontros presenciais em momentos estratégicos. Essa é uma forma de garantir que as informações cheguem a todos os pais e alunos de maneira uniforme.
Sobre os pontos flexíveis, também é possível aproveitar o cenário para fazer pesquisas e coletar dados dos próprios pais e alunos. Esse pode ser um caminho para trabalhar a confiança e diminuir as possíveis resistências no momento de implementação, considerando que existem mudanças sensíveis como carga horária e até mesmo gastos adicionais por conta das adaptações (no caso das escolas privadas).
Com o cuidado necessário, esse pode ser um trabalho que absorva opiniões de todos os envolvidos, ainda que a escola tome as decisões finais.
Educação Brasileira Digital
Os alunos do ensino básico de hoje representam a geração Z, também conhecidos como nativos digitais, já que a internet está presente desde o nascimento dessas crianças e adolescentes. Isso significa que essa é uma geração diferente de todas as outras e não à toa reagem ao mundo digital de forma muito integrada à sua realidade.
Apesar de não existir nenhuma regra que induza ao uso de equipamentos digitais na educação brasileira, algumas providências já estão sendo tomadas para se adaptar nesse sentido e 2018 já chega com algumas implementações práticas por parte do governo.
Lembrando que logo no fim de 2017, foi liberado o uso do celular em sala de aula nas escolas estaduais do estado de São Paulo, prática que era proibida desde 2007. Como o objetivo é o uso delimitado para fins pedagógicos, também foi preciso considerar a estrutura da própria escola em termos de acessibilidade à internet.
Para isso o secretário da educação anunciou ainda em 2017 a promessa de que pretende entregar banda larga sem fio para todas as escolas da rede estadual paulistana até outubro de 2018.
Em paralelo, os alunos da rede também terão acesso a material pedagógico de matemática em aplicativo. O projeto piloto em parceria com Microsoft e Digital Pages pretende atingir 8,2 mil estudantes distribuídos por 39 escolas do estado de São Paulo logo no início de 2018.
A iniciativa é o primeiro passo para a migração de materiais pedagógicos do papel para o digital voltados aos alunos da rede pública de São Paulo. A disciplina de matemática foi a escolhida justamente por representar um grande desafio nacional dos últimos anos, mas tudo indica que poderá ser expandida para outras matérias.
Outra novidade, porém a nível nacional, é ditada pela Política de Inovação Educação Conectada, uma parceria entre os ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Através dessa política, o MEC promete internet rápida em todas as escolas do Brasil em 7 anos, ou seja, até 2024. A expectativa é que 22,4 mil delas já receberiam o acesso até o final deste ano.
Diante de tantos esforços direcionados para uma rede de escolas mais conectada, se torna nítido o quanto digital se aproxima da educação básica brasileira.
Diferente do que se via apenas como debate ou um recorte para poucos há um tempo atrás, o digital é uma realidade que começa a ser colocada em prática logo em 2018 e por isso umas das tendências mais expressivas deste ano.
Na prática significa que tanto escolas da rede pública quanto as escolas particulares de todos país, precisarão se adaptar o quanto antes para não perderem relevância diante desse novo cenário.
Foco em Socioemocionais
A inclusão das habilidades socioemocionais em 4 das 10 Competências Gerais do documento da BNCC que irá nortear os currículos de ensino básico, marcou um novo direcionamento da educação para um modelo que vai muito além dos padrões exigidos até hoje. Em resumo, as escolas também precisarão garantir que os alunos se desenvolvam enquanto seres humanos completos ao considerar habilidades cognitivas, emocionais, sociais e éticas.
Apesar de agora ser regra, esse modelo é consequência de um período de transformações e instabilidades sociais constantes que exigem um perfil flexível e psicologicamente preparado para os desafios do mundo real. Hoje a sociedade vive o ápice do debate de temas como depressão e ansiedade, problemas que crescem a cada ano e nunca antes foram tão pesquisados em buscadores como o Google por exemplo.
Por esse motivo a tendência é que o tema ganhe destaque e comece a ser debatido de forma mais ampla, como já vem acontecendo. Provavelmente você ouvirá termos como socioemocionais ou mesmo inteligência emocional com mais frequência em 2018, não apenas para o setor educacional mas como parte das discussões que visam estruturar um sociedade melhor.
Aqui no blog Educador 360, estamos sempre abordando o tema de habilidaddes socioemocionais na área educação com diversas novidades e reflexões para todos os educadores que estiverem dispostos a dar mais esse passo fundamental da aprendizagem!
E a sua escola, já está preparada para tantas mudanças importantes em 2018? Deixe suas dúvidas nos comentários!
2 Comentários. Deixe novo
Excelente Matéria. De fato a sociedade está em constante transformação e para que haja uma educação de exito no futuro todos devem agir em conjunto e consenso, governantes (com os investimentos), educadores (com os projetos/propostas), escolas (com a transformação), etc.
Olá Joao Neto! Como vai?
Muito obrigada pelo seu comentário. Acreditamos em tudo o que você mencionou acima! Vamos em frente, juntos na missão de transformar a educação!
Grande abraço!